Depois de uma carreira em ascensão no futebol popular espinhense, João Ferreira irá fazer companhia a Eurico Gomes no Al-Raed, um clube da divisão principal que está em 7º lugar na tabela classificativa.
Podemos falar num passo de gigante?
Penso que sim. Vai ser uma alteração radical na minha vida profissional e pessoal. Vou trabalhar para um país diferente com uma cultura muito própria. Por outro lado, vou prescindir do meu conforto familiar. De qualquer forma espero que seja um salto em frente.
Iniciou-se nas lides técnicas com vinte e dois anos na AD Guetim…
E nunca pensei poder chegar a este momento. Frequentava a Faculdade de Educação Física e estava a jogar. Chegava cansado aos treinos e optei por deixar de jogar. As circunstâncias levaram-me a abraçar o cargo de técnico principal em dado momento.
De onde transitou para o futebol federado após três anos…
Fui treinar as camadas jovens do FC Maia. Foi uma experiência enriquecedora porque aprendi como contornar determinados erros no futuro. Antes, já tinha acumulado funções na AD Guetim e na formação da Geração Paramos.
Quando chegou aos seniores?
Tive um convite para ingressar na equipa técnica do U. Lamas como preparador físico. Saí após cinco jornadas porque nunca me identifiquei com a política de liderança do clube.
Voltou para o futebol popular?
Voltei para a AD Guetim como jogador mas acabei por ficar novamente como técnico principal quase a meio da época. Acabei por fazer o resto da época mas as coisas não correram bem e o clube desceu de divisão.
Estamos a falar no final da época passada. Foi quando surgiu o convite para assumir o comando técnico dos Leões?
Esse convite surgiu de uma forma inesperada durante o verão. Na altura não tinha vontade de continuar no futebol popular, já tinha declinado alguns convites de outras equipas espinhenses0 e confesso que vacilei. Acabei por aceitar pois tratou-se de um convite diferente e confesso que mexeu comigo.
Foi bem recebido no seu novo clube?
As pessoas receberam-me de forma espectacular desde o primeiro dia. Desde os director aos jogadores.
Foi encontrar a super-estrutura de que tanto se fala?
(pausa) Encontrei a estrutura suficiente para que os treinadores e atletas tivessem as condições necessárias para se sentirem fortes e protegidos de forma a treinaram bem para jogarem bem.
Gostou da experiencia?
Foi uma experiência espectacular muito porque os resultados desportivos começaram por aparecer cedo. Por outro lado, adorei conhecer os elementos que compõem a estrutura dos Leões
A sua passagem pelo futebol popular irá apoia-lo neste novo projecto?
(Resposta pronta) Se não fosse o futebol popular nunca teria tido a possibilidade de desempenhar as funções de treinador.
Será assim?
Refiro-me ao facto de ter iniciado a carreira tão cedo. Na altura, todos os jogadores da AD Guetim eram mais velhos do que eu. Se não fosse assim teria passado imenso tempo a treinar camadas jovens. Assim, tive a oportunidade de treinar seniores.
O nível do futebol é completamente diferente…
O nível pode ser diferente mas trabalhar e gerir o balneário de uma equipa do futebol ou de uma qualquer equipa do mundo tem o mesmo coeficiente de dificuldade. O futebol é uma ciência humana e as equipas são compostas por seres humanos, cada um com comportamento diferente. Quem controlar esta gestão de recursos humanos está mais preparado para ter sucesso.
Sente-se, portanto, preparado…
É verdade, sinto-me preparado para este desafio. Parafraseando um professor da faculdade, “quem souber estar num balneário, sabe estar na vida”.
Já lhe transmitiram os objectivos?
O campeonato já vai na sua 16ª jornada e o clube encontra-se na 7ª posição na 1ª divisão que tem 14 equipas. Não me definiram objectivos pois apenas me convidaram para integrar a equipa técnica que entrou há três jornadas atrás até ao final desta época.
O que lhe corre na alma neste momento de (quase) despedida?
(suspiro) Ocorre-me que foi um prazer ter treinado e crescido na AD Guetim. Foi lá que adquiri a noção de que poderia abraçar a carreira de treinador. Quero, igualmente, agradecer aos Leões a oportunidade que me deram para lutar por objectivos embora não possa ficar para os concretizar. Vibrei com o trabalho realizado e admito que os Leões são meus assim como sou deles. Tenho a certeza absoluta disso. Desejo que o clube consiga o melhor dos sucessos.
Paulo Duarte
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